A implementação do Open Finance no Brasil evidenciou a importância do modelo para suprir a demanda de produtos e serviços financeiros mais abrangentes, flexíveis e adequados ao perfil de cada consumidor.
Segundo a Febraban, o primeiro ano de implementação do sistema criado e gerido pelo Banco Central (BC) registrou 231,1 milhões de chamadas bem-sucedidas entre os participantes para o compartilhamento de dados.
Esses números são significativos, mas devem aumentar gradativamente à medida em que o conceito de integração entre as instituições financeiras vai sendo difundido e as tecnologias para o pleno uso do modelo de serviços vão sendo adotadas pela população.
Se você ainda tem dúvidas sobre o conceito de Open Finance, continue agora a leitura deste artigo, em que apresentamos um cronograma da implementação do Open Finance, quais etapas foram operacionalizadas e quais os próximos passos desse processo.
Ressaltamos, ainda, as vantagens do modelo e como se preparar para viabilizar melhores oportunidades financeiras aos seus clientes por meio do Open Finance. Confira!
Quais as diferenças e semelhanças entre Open Banking e Open Finance?
Embora os conceitos de Open Banking e Open Finance sejam semelhantes, eles distinguem-se essencialmente pela abrangência — o Open Finance integra fintechs, corretoras de seguros, fundos de previdência e de pensão, operadoras de câmbio, plataformas de investimento, entre outras, além das tradicionais instituições bancárias.
O Open Finance, portanto, foi criado a partir das potencialidades identificadas com a implementação do Open Banking, e tem como principal objetivo a simplificação e otimização do relacionamento entre instituições do setor financeiro e clientes, padronizando o uso e o compartilhamento de dados no Sistema Financeiro Nacional.
Ele funciona no Brasil sob regulação e fiscalização do Banco Central. O sucesso do sistema está condicionado ao uso de APIs — Application Programming Interface ou interfaces de programação de aplicações — que interconectam as instituições participantes e permitem a troca de informações entre elas de forma homogênea.
Ambos viabilizam uma análise mais profunda do perfil e do comportamento de consumo das pessoas, de forma a orientar o desenvolvimento e a recomendação de produtos e serviços mais personalizados, com condições e custos favoráveis à realidade financeira de cada um.
A vantagem do Open Finance se estende para todos os agentes participantes do processo: desde as instituições e o Governo Federal até os correntistas e clientes em potencial para os serviços e produtos oferecidos. Isso porque o modelo de serviços incrementa a competitividade do setor e reduz os custos dos produtos financeiros. Além disso, aumenta a transparência e a confiabilidade dos processos, melhora a análise e a concessão de crédito, fomenta a circulação de moeda na economia e melhora as condições de compra e venda de bens e serviços pelo país, otimizando a acessibilidade para a população.
Qual a origem do conceito Open Finance?
O Open Finance no Brasil foi inspirado nos modelos de Open Banking de países como a Inglaterra e a Austrália, onde o conceito de compartilhamento de dados de clientes e automatização de pagamentos foi implementado de forma integrada.
No Brasil, o Open Finance deu-se também em função do Open Insurance — sistema aberto no segmento de seguros que abrange as insurtechs, seguradoras e corretoras tradicionais — cuja proposta inclui a ampliação de coberturas, serviços e proteção contra novos riscos aos segurados e do Open Investment, relacionado aos produtos de investimentos que democratiza o acesso a ações, debêntures, CDBs, cotas de fundos de investimento, entre outros.
Ambos os produtos são essenciais para integrar um escopo de serviços que atenda a diferentes perfis de consumidores, assim como para fomentar o acesso a crédito e capital de giro para pequenas empresas, inclusive servindo como um importante instrumento de garantia para a análise de crédito.
Afinal, qual o cronograma de implementação do Open Finance Brasil?
O Open finance no Brasil foi implementado em quatro principais etapas, que ainda se estendem para uma melhor adaptação dos principais agentes do sistema. Veja a seguir, quais foram essas fases:
- 1ª Fase: ocorreu até 1 de fevereiro de 2021. Aumentou a acessibilidade e homogeneização das informações dos produtos e serviços financeiros;
- 2ª Fase: ocorreu até 15 de julho de 2021 e foi baseada no compartilhamento de dados pessoais dos correntistas e históricos de transações dos agentes que aderiram à primeira fase, mas a partir da expressa autorização dos usuários;
- 3ª Fase: ocorreu até 30 de agosto de 2021 e introduziu o serviço de compartilhamento e transação de pagamentos entre as instituições participantes;
- 4ª Fase: ocorreu até 15 de dezembro de 2021 e expandiu as modalidades de serviços e produtos financeiros, incluindo investimentos, previdência, seguros e operações de câmbio.
De acordo com o Banco Central, neste ano já foram implementados os serviços de pagamentos com TED e de transferência entre contas na mesma instituição. Os próximos passos vão abranger o pagamento de boletos por meio do Open Banking e débito em conta.
O que muda com a regulamentação do Open Finance no Brasil?
Com a regulamentação do Open Finance no Brasil as pessoas terão mais poder sobre os seus próprios dados e serão beneficiadas com o amplo compartilhamento dessas informações entre as instituições financeiras. Isso porque um correntista de uma instituição não precisará mais comprovar a assiduidade de pagamentos e recebimentos, por exemplo, mas apenas autorizar o acesso a essas informações por parte da instituição que pleiteia a venda de algum produto ou serviço.
Além disso, a mudança permite que esse mercado se desenvolva a partir das propostas de valor de cada empresa — e sabemos o quanto a competitividade é benéfica para economia, pois melhora a qualidade dos bens e serviços sem onerar os custos aos consumidores.
Outra vantagem é a possibilidade de criação de um portfólio mais adequado e personalizado para o perfil do público que a instituição atende, aumentando as chances de venda e aceitação dos termos de consumo e, consequentemente, da rentabilidade dessas empresas.
Quais as oportunidades e os desafios do Open Finance?
Os benefícios do modelo de serviços do Open Finance não são limitados às pessoas físicas e instituições financeiras que participam do sistema: eles também atendem às pequenas e médias empresas do país. Isso porque o Open Finance abrange soluções que simplificam e ampliam o acesso desse público aos serviços financeiros, como créditos e financiamentos que fomentam o seu crescimento e ajudam a manter um fluxo de caixa positivo.
Entretanto, um dos principais desafios desse novo contexto é a confidencialidade, a integridade e a acessibilidade das informações. A segurança dos processos exigirá o desenvolvimento de softwares e APIs mais seguros e em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Esse compliance é essencial para mitigar riscos como o vazamento de dados sensíveis e a ocorrência de crimes financeiros e cibernéticos.
Além disso, será necessário contar com plataformas que integram as informações de outros agentes além do Banco Central, como a SUSEP e a CVM, em um esforço colaborativo que garanta a melhor experiência possível aos usuários do sistema.
Aos poucos, os usuários do Open Finance no Brasil estarão familiarizados com esse novo modelo de serviços, mantendo uma vida financeira mais saudável e com relações de mercado menos exclusivas.
Agora que você sabe o que é e como ocorreu a implementação do Open Finance no Brasil, que tal se antecipar a essa realidade e se tornar a principal instituição financeira dos seus clientes? Preencha o formulário de contato da Akropoli para conhecer melhor a nossa solução!