No cenário atual, grande parte das instituições financeiras ainda se utiliza de um modelo de funcionamento em que as informações externas dos clientes são obtidas em bureaus ou por meio de outras fontes. Isso pode até parecer confortável, mas, se a instituição realmente quiser alcançar principalidade no Open Finance, isso precisa mudar!
E precisa mudar urgentemente, já que o Open Banking está aí, revolucionando o nosso sistema financeiro. Como já dissemos por aqui, agora os clientes ganham empoderamento para compartilhar seus dados, escolher quais dados financeiros querem compartilhar e, especialmente, com quem querem compartilhar, transformando drasticamente a forma como as instituições lidam com a informação.
Com essa grande mudança, que quebra totalmente o paradigma atual, ser a principal instituição financeira do cliente será desafiador. Se antes bastava entregar a ele produtos e serviços, agora há que se entregar muito mais. Há que se entregar, acima de tudo, uma verdadeira experiência. E é nesta experiência que reside o grande diferencial.
Mas como fazer isso?
O sistema financeiro atual é como aquele mercadinho do bairro, com produtos e marcas disponíveis nas prateleiras. É aquele mercadinho que faz o cliente levar “o que tem”, sem muito poder de escolha ou comparação de preços. É, por fim, aquele mercadinho que ganha pela comodidade. Mas, se em vez de se contentar com o mercadinho, o cliente pudesse ter acesso a uma série de grandes supermercados, todos concentrados na mesma rua, com uma infinidade de marcas e preços? Isso faria uma grande diferença, não é mesmo?
Pois é algo semelhante que o open finance vai trazer ao cenário financeiro. O cliente agora terá acesso ao seu saldo pessoal, aos seus empréstimos, aos seus extratos e a todos os seus produtos e serviços financeiros em um único lugar, em um único aplicativo ou internet banking. E isso muda tudo! Com uma visão amplificada da sua vida financeira, ele ganhará inteligência e facilidade para buscar remédios para dores que nem mesmo conhecia. Aos poucos, ele aprenderá a jogar com a nova concorrência que se estabelecerá no mercado.
Isso cria, obviamente, um círculo virtuoso: quanto melhor a experiência do cliente, mais confiança ele terá para compartilhar os seus dados. Quanto mais dados a instituição obtiver, mais ela conhecerá o seu cliente e o cliente da concorrente. Quanto mais conhecimento ela tiver, mais fácil será criar produtos e serviços focados em fidelização e atração.
Mas não pense que será fácil alcançar principalidade no open finance!
Antes de mais nada, as instituições financeiras precisarão contar com estratégias e inteligência que as permitam enxergar o cliente de forma individualizada e personalizada, criando soluções assertivas em um espaço de tempo muito menor. Será preciso, mais do que nunca, usar toda a tecnologia e dados disponíveis como meio para atingir o que deveria ser a maior responsabilidade de qualquer instituição: de gerar bem-estar financeiro para as pessoas.
