Akropoli – Open Finance

Open Finance: principais perguntas e suas respostas

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De modo geral, o Open Finance amplia o alcance e o conceito de Open Banking, que começou em 2021 e trouxe uma série de novidades importantes para o mundo financeiro. No início do Open Banking, a legislação exigia que os bancos disponibilizassem tecnologias que permitissem aos usuários fornecer acesso controlado às suas contas e demais informações bancárias num ambiente seguro. 

Com o Open Finance, o mesmo princípio se aplica, mas não fica restrito às empresas e informações envolvidas lá na gênese do sistema financeiro aberto. A partir da sua implementação, em março de 2022, mais tipos de dados e mais tipos de empresas passaram a fazer parte do ecossistema, como corretoras de valores, cooperativas, bancos, seguradoras, plataformas de investimento, fundos de previdência e pensão, dentre outros.

Com a capacidade de acessar mais dados financeiros autorizados pelo usuário em diversas fontes, as empresas do setor financeiro podem criar serviços e produtos novos e personalizados em níveis jamais experimentados, com base numa imagem mais holística e assertiva da vida financeira de um cliente.

A expectativa é que o Open Finance promova mais diversidade no mercado financeiro, permitindo mais liberdade para as instituições financeiras e, especialmente, para o cliente final. O fato é que o Open Finance veio para ficar e trouxe consigo a geração de novas oportunidades, abrindo as portas para uma onda de inovações nunca antes vista. 

O que o Open Finance significa para as instituições envolvidas?

No modelo tradicional, produtos e serviços financeiros são o que chamamos de “produtos e serviços de prateleira”, que atendem a uma necessidade ou marco específico na vida financeira de um cliente. Neste cenário, bancos e fintechs, por exemplo, tentam prever e atender a essas necessidades com produtos e serviços baseados em seus próprios dados.

Com o Open Finance, tudo isso muda. Estes produtos e serviços tornam-se mais precisos, flexíveis e inovadores, graças aos dados compartilhados pelos usuários.

As instituições podem combinar, por exemplo, diversas fontes de dados para criar recursos de pagamento mais inteligentes e preditivos, bem como ajudar os usuários a vincularem mais aplicativos e serviços às suas contas primárias. Assim, as instituições começam a reafirmar seu papel como eixo central da vida financeira dos seus clientes. 

Elas podem, ainda, usar os dados do Open Finance para acessar informações sobre a renda, a economia e os hábitos de consumo dos seus usuários finais, adicionando fluxos de dados que tornam os processos de avaliação e análise mais rápidos, mais confiáveis e menos onerosos.

Por fim, como já estamos testemunhando, há o surgimento de aplicativos bancários que agregam dados de todas as contas do usuário, criando uma visão abrangente das finanças pessoais e fornecendo aconselhamento financeiro. Com esses aplicativos sendo capazes de acessar dados de uma variedade maior de fontes, veremos algumas melhorias dramáticas na qualidade do serviço que eles fornecem.

Por que o Open Finance é bom para os clientes?

Com o Open Finance, os clientes terão maior controle e propriedade de seus dados, o que muda drasticamente a forma como eles são utilizados. A liberdade de decidir quando, onde e quem pode acessá-los é bastante empoderadora e isso, por si só, já é um grande benefício. 

Além de controlarem seus próprios dados, eles terão uma visão holística da sua vida financeira, melhorando suas decisões e seus comportamentos financeiros. 

Considere, por exemplo, um cliente que possua um financiamento imobiliário em uma instituição financeira, uma conta principal em outra instituição separada, um aplicativo específico para controle de orçamento, outro aplicativo separado para gerenciar pagamentos de contas, um terceiro aplicativo para gerenciar seus investimentos e um produto distinto em uma seguradora. O Open Finance vai poder conectar, com segurança, os dados de todos esses serviços e instituições. Isso não apenas torna mais fácil o gerenciamento da vida e das atividades financeiras do cliente de forma segura e unificada, mas permite, também, que ele receba ofertas de novos produtos e serviços muito mais alinhados à sua realidade. 

E não para por aí. Ainda há muitos outros benefícios, como já registramos por aqui. 

O Open Finance é seguro? 

Sim! Legislação e tecnologia vêm se desenvolvendo desde o Open Banking para que o Open Finance seja forte e seguro no Brasil. As empresas e instituições que ainda não encontraram uma forma adequada de utilizar a tecnologia, sobretudo para garantir a segurança e a transparência no uso dos dados dos seus clientes, precisam fazer isso. A LGPD determina este caminho, mas cada uma é responsável pelo cumprimento correto do que diz a lei. Por isso, elas precisam desenvolver as técnicas operacionais necessárias para cumprirem devidamente a legislação ou buscar empresas que as auxiliem com isso.

O Banco Central também elaborou normativas muito contundentes e desenvolveu sistemas complexos de criptografia que dão ainda mais segurança na circulação e no armazenamento de dados dos clientes. Como dissemos, aos atores envolvidos cabe trazer isso para dentro das suas operações de maneira rápida e eficiente. E tem experiência melhor do que ter a certeza de que se está em segurança?

O que esperar do futuro?

Enquanto o Open Banking operava apenas com dados disponíveis dos bancos, o Open Finance veio para introduzir novas fontes de dados, como seguradoras e empresas de gestão de ativos, fundos de pensão e outras instituições financeiras não bancárias.

A próxima revolução, que podemos chamar de Open Data, deve vir para adicionar ainda mais fontes de dados ao Open Finance, provenientes, por exemplo, de autoridades fiscais, instituições de saúde, empresas de serviços públicos e muito mais.

Esse amplo compartilhamento de dados pode até parecer um pouco assustador à primeira vista, mas nenhum dado será compartilhado sem o consentimento dos clientes. Com base neles, empresas poderão criar ofertas melhores e mais personalizadas, criando um círculo virtuoso, em que o cliente compartilha seus dados com a empresa da sua preferência – a empresa faz a análise destes dados a fim de conhecer profundamente este cliente – em seguida, oferece a ele produtos e serviços alinhados a sua realidade, por meio de uma experiência personalizada – o cliente, por sua vez, recebe essa experiência e opta por manter seus dados compartilhados com aquela empresa – com acesso a mais dados e mais conhecimento do seu cliente, mais a empresa consegue aumentar suas ofertas – e assim sucessivamente. 

No geral, as empresas ganham mais poder na prospecção e fidelização do seu cliente. E, o cliente, mais poder de escolha, o que é ótimo. 

Conclusão

O Open Finance é um modelo perfeito. Isso porque, dentro da sua estrutura, as instituições financeiras tradicionais e sólidas, que antes ditavam todas as regras, agora passam a competir diretamente com instituições menores, como operadoras de crédito e seguradoras, amparadas nas estratégias, inteligência e tecnologia de provedores terceirizados, como fintechs. Se antes os clientes precisavam aguardar a boa vontade das instituições para receber uma oferta, que na maioria das vezes não se encaixava nas suas expectativas, isso já não acontece mais. Com a competitividade trazida pelo sistema financeiro aberto, produtos e serviços personalizados mais adequados às necessidades dos consumidores estão surgindo numa velocidade jamais vista, o que é maravilhoso. 

Ainda há muito por vir, e nós temos a certeza de que haverá uma melhora substancial nas decisões financeiras, simplificando o dia a dia dos usuários e ajudando a criar mais riqueza de forma justa e inteligente, num jogo em que todos ganham. 

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